Resumo:
Dimensiona a parcela da comercialização agrícola dos municípios nas principais feiras de Manaus, bem como a identificação dos modos alternativos de transporte da produção agrícola e as suas restrições críticas, enaltecendo as classes de renda do produtor. O transporte, na região amazônica e em particular no estado do Amazonas, apresenta-se como um gargalo para a comercialização. Manaus, como capital do estado, apresenta-se como um mercado consumidor pujante e crescente, visto que sua população cresceu enormemente nas últimas quatro décadas, passando de pouco mais de 160.000 habitantes na década de 1960, para mais de 1,6 milhão de habitantes no ano de 2007(IBGE, 2007), comprovando assim o potencial de consumo que se criou na capital, pela demanda populacional. Deste modo, os municípios localizados ao redor de Manaus (Iranduba, Presidente Figueiredo, Itacoatiara, Careiro da Várzea, Autazes, Manacapurú e Rio Preto da Eva) apresentam-se como abastecedores deste mercado no que se refere à produção agrícola, características estas que os elegem como participantes da dinâmica econômica na Microrregião de Manaus. O transporte Fluvial apresenta-se como a alternativa mais dinâmica para o escoamento da produção, uma vez que apresentou 66,92% da freqüência dos produtos comercializados nas feiras de Manaus. Desta produção, o Município do Careiro da Várzea apresenta-se com a maior participação, cerca de 23,50% da amosta, destaque este merecido devido localizar-se em áreas de várzea, o que garante uma maior fertilidade do solo e, por conseguinte uma maior produção, além de se beneficiar do transporte fluvial para a locomoção de seus produtos. Contudo, ao tratar da renda do produtor, notou-se baixa remuneração, sendo que a grande maioria dos produtores aufere no máximo até quatro salários mínimos, ou seja, 90,25% da amostra colhida nas feiras. Contudo, alguns produtores recebem ajuda governamental por meio de programas como o Bolsa Escola, Bolsa Família e Aposentadorias. Quanto ao transporte para o escoamento da produção, no que tange ser ou não o proprietário do meio de locomoção, mais de 90% dos produtores e feirantes declararam não possuir, o que os obriga a pagar fretes para escoar seus produtos. Outra ajuda importante dada pelo poder municipal diz respeito ao fornecimento de transporte arcados pelo erário público, no caso de Presidente Figueiredo, que cede caminhão e ônibus para levar o produtor e os produtos à feira.