Abstract:
As políticas de transferência de renda vêm sendo apontadas como uma estratégia resolutiva para a redução da pobreza e o combate à fome, dois problemas mundiais que ocupam a agenda política global. O Bolsa Família, principal programa de transferência direta de renda brasileiro, até novembro de 2008 alcançou cerca de 20% da população brasileira. O Objetivo deste estudo é o de descrever a segurança alimentar e os níveis de insegurança alimentar entre os beneficiários do programa Bolsa Família e suas características sociais. A análise limitou-se aos domicílios onde residiam crianças menores de cinco anos, pertencentes às classes econômicas D e E. Para isso foi feita análise secundária de dados com as informações obtidas na Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher – PNDS 2006. Para a medida da segurança alimentar foi utilizada a EBIA. Dos domicílios pesquisados 46% recebem o benefício do Bolsa Família, a maioria deles situados em área urbanos. A região Nordeste concentra 61% dos beneficiários, seguida pela região Norte (13%). Entre os beneficiários do Bolsa Família apenas 26,1% vivem em segurança alimentar; 27,9% em insegurança alimentar leve; 25,8% em insegurança alimentar moderada e, 20,2% em insegurança alimentar grave. Os resultados mostram que as condições de segurança alimentar e, com frequência, as condições sociais dos beneficiários são mais precárias em comparação aos não beneficiários. Os resultados sugerem boa focalização do Bolsa Família, como já mostrado em outros estudos.