A operacionalização do trabalho social com famílias nos CRAS do município de Maringá-PR

Abstract

A pesquisa tem como objetivo analisar a operacionalização do trabalho social com famílias nos CRAS do município de Maringá-PR, na perspectiva dos assistentes sociais dos Centros de Referência de Assistência Social - CRAS, tendo por referência a Política Nacional de Assistência Social - PNAS/2004 e a Norma Operacional Básica - NOB/SUAS/2005, na modalidade de proteção social básica. Os objetivos específicos são: Conhecer e analisar o processo de implantação do SUAS no município de Maringá-PR; identificar e analisar a compreensão dos assistentes sociais sobre a operacionalização do trabalho social com famílias; investigar e analisar em que medida a concepção de família, e os critérios de elegibilidade propostos pela política de assistência social contribuem para a potencialização ou responsabilização, especialmente da mulher, na proteção social dos seus membros; identificar as ações socioassistenciais desenvolvidas nos CRAS que dão materialidade à proposta protetiva no âmbito da proteção social básica. O estudo é de natureza qualitativa. O principal instrumento de coleta de dados de campo foram as entrevistas semiestruturadas, aplicadas junto aos técnicos assistentes sociais nos seis CRAS do município. Além disso, foram consultados os seguintes documentos: Relatório das Entidades Socioassistenciais cadastradas no Conselho de Assistência Social de Maringá e o Livro Política de Assistência Social: a experiência do governo popular de Maringá - 2001-2004. As conclusões indicam: resistências na gestão municipal para incorporação da perspectiva de direito da política de assistência social, sem contudo impedir a incorporação pelos operacionalizadores pesquisados; as estratégias de operacionalização do trabalho social com famílias nos CRAS do município são organizadas por meio de grupos socioeducativos atrelados à concessão de benefício eventual e em torno da figura da mulher/mãe, sustentadas nos papéis e na funcionalidade da família nuclear para atingir uma gestão eficiente do Programa Bolsa Família- PBF, sem oferecer um suporte estatal na esfera dos cuidados sobrecarregando a família no bem-estar dos seus membros; a existência de barreiras de ordem estrutural, quanto ao alcance das políticas sociais brasileiras, em especial da assistência social enquanto política de proteção social no que se refere à oferta de serviços e efetivação de direitos; e ainda rebatimentos da destinação de recursos federais para efetivação da proteção social básica e a partir da mensuração da eficiência da gestão do PBF.