Abstract:
A leptospirose é um problema de saúde pública em comunidades carentes do Brasil. As formas leves são subdiagnosticadas por causa da inespecificidade da apresentação clínica. São necessários estudos para determinar a frequência de da leptospirose em comunidades carentes e identificar características que permitam predizer o risco de leptospirose entre pacientes com síndrome febril aguda (SFA). Objetivos: Determinar a prevalência da leptospirose em pacientes atendidos por SFA, determinar a incidência das formas leves e graves e identificar fatores preditores para a doença. Metodologia: De 01 de abril de 2009 a 31 de março de 2010, foi estabelecida uma vigilância de base populacional para atendimentos por SFA na comunidade de Pau da Lima, Salvador-Bahia. Uma amostragem dos casos de SFA identificados foi investigada para leptospirose com o uso de microaglutinação (MAT) em amostras de sangue pareadas. As formas graves foram identificadas por um sistema de vigilância em hospital de referência para a leptospirose na Bahia. Os casos de SFA confirmados foram comparados quanto ao perfil sóciodemográfico, clínico e epidemiológico com os pacientes de SFA negativos, a fim de identificar características preditoras da doença. Resultados: A vigilância identificou 5.712 atendimentos por SFA em moradores com idade?5 anos, 1.729 (30%) foram recrutados e 1.479 (85%) puderam ser avaliados quanto ao diagnóstico. Os recrutados foram semelhantes aos não recrutados quanto às características demográficas e clínicas. Dos pacientes avaliados, 1% foram confirmados como casos de leptospirose, sendo 14 casos leves autolimitados e 1 caso grave. A incidência anual de leptospirose leve estimada para a comunidade foi de 84/100.000 habitantes. No mesmo período foram identificados nove casos de leptospirose grave em residentes da comunidade estudada. A incidência de leptospirose grave foi de 14/100.000 habitantes. As seguintes características sócio-demográficas e exposições ambientais nos 30 dias que precederam a doença foram associadas ao diagnóstico de leptospirose nos pacientes com SFA: sexo masculino, idade maior que 15 anos, receber Bolsa Família, ter contato peridomiciliar com lama, com lixo, com esgoto , residir até 10 metros de esgoto aberto, presença de ratos no peridomicílio, ter contato ocupacional com esgoto e trabalhar como agente de limpeza. Conclusões: A carga da leptospirose é maior do que a identificada apenas com base nos casos graves. Características demográficas, clínicas e epidemiológicas devem ser utilizadas para predizer o risco de leptospirose.
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O PBF é parte do perfil do público estudado
Estudo estatístico / quantitativo