Abstract:
O objeto desta pesquisa, consiste em apresentar uma análise crítica acerca do conceito de emancipação presente nos discursos oficiais sobre a família contemporânea a partir dos desdobramentos do Bolsa Família. Programa do governo federal de transferência de renda, destinados às famílias circunscritas nos limites da pobreza e da miséria absoluta, com o propósito de promover emancipação. Este texto expõe o projeto de emancipação política situando-o na processualidade histórica, a qual vem demarcada pela incursão da ofensiva neoliberal e na pós-modernidade. Estas, constituídas como as principais expressões se sócio-reprodutibilidade do capital em face do esgotamento da sociabilidade burguesa. Nesse cenário, a família contemporânea emerge como principal eixo de provisão social privado, ao mesmo tempo em que o governo neoliberal brasileiro promove medidas que implicam na desregulamentação estatal na vida social, transferindo a produção de bens e serviços para a esfera privada. No entanto, a dimensão contraditória na qual está inserida essa instância de sócio-reprodutibilidade, oculta a sua incapacidade de prover as condições necessárias para a existência de homens e mulheres. Nestes termos, as aproximações sucessivas com o objeto de estudo, permitem visualizar que na relação entre a aparência e essência dos processos de sociabilidades contemporâneos, está configurado o espectro de uma crise de sócio-reprodutibilidade do capital. A capturação da subjetividade da classe trabalhadora se apresenta, então, como alternativa possível que conduz à passivização à ordem do capital, mediante aparência da emancipação humana. Por se tratar de pesquisa documental sobre o programa Bola Família, tem caráter qualitativo apreendido a partir da legislação de instituiu o referido programa, considerando criticamente tal movimento ancoramos nossas análises nas categorias fundamentais do pensamento marxiano por entendermos que, mediante análise dialética é possível elucidar as contradições do projeto sob égide do capital.